25/08/2011

Max Weber 1864-1920



Segundo Weber, o capitalismo é um entre muitos factores do desenvolvimento social. O impacto da ciência e da burocracia, subjacente ao capitalismo, foi fundamental em certos aspectos. A ciência ajudou a moldar a tecnologia moderna e irá continuar a fazê-lo em qualquer sociedade futura. A burocracia é o único modo de organizar eficientemente um grande número de pessoas, e, assim, expande-se inevitavelmente com o crescimento económico e político. O desenvolvimento da ciência, da tecnologia moderna e da burocracia foi colectivamente descrito por Weber como racionalização – a organização da vida económica e social segundo princípios de eficiência tomando por base o conhecimento técnico.

Do ponto de vista weberiano a acção social, passada, presente ou futura, não se orienta de modo mecânico ou reactivo, mas de modo significativo segundo os comportamentos esperados dos outros, sejam estes indivíduos ou grupos. Estando referida ao comportamento dos outros, por ele se orienta prosseguindo determinado sentido intentado.


Nasceu em Erfut (1864), de uma família enraizada no mundo da cultura e da política. Seu pai, formado em direito e proveniente de uma família da indústria têxtil de Westfalia, foi stadtrat de Berlim, deputado nacional-liberal no parlamento prussiano primeiro, no Reichtag depois. Sua mãe, culta e piedosa votou interesse aos problemas sociais. Por casa dos pais em Berlim passaram importantes figuras intelectuais e políticas do tempo entre os quais Dilthey e Mommsen.

Estudou direito em Berlim, Heidelberg e Gottingen. Em 1887, entrou a fazer parte do Vrerein fur Sozialpolitik, associação de universitários das ciências sociais, dominada pelos “socialistas de cátedra”, para quem realizará uma pesquisa sobre os camponeses na Prússia oriental (1890). Doutorou-se em Berlim (1889) com uma tese sobre a história económica medieval e conseguiu a habilitação como privatdozent (1891) com um trabalho de história agrária romana. Ensina história económica em Berlim, até que se transfere para a Universidade de Friburgo (1894), e dois anos depois, para a de Heidelberg, onde se fixará, ensinando economia política.

Começou também a desenvolver actividade política na União Social Evangélica de pastor F. Naumann (1890), e no ano seguinte chegou até a candidatar-se ao lugar de presidente da Câmara de Bremen, mas sem êxito. Aderiu à Liga Pan-Germanista (1893). Mas em breve abandonará tanto os cristãos sociais como os pan-germanistas, para se aproximar dos socialistas, cujo convite para ser candidato às eleições do Sarrebruck em 1899 em todo o caso rejeitou.

Obrigado, por razões de saúde, a suspender em 1897 a sua actividade docente e universitária, viaja e estuda durante alguns anos. Regressa a Heidelberg (1902), e aparece como fundador e director da famosa revista Archiv fur Sozialwissenchaft und Sozialpolitik (1903); onde publica os primeiros escritos sociológicos, designadamente o ensaio sobre A objectividade nas ciências sociais e os dois capítulos da Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.

Os anos que precedem a guerra foram de profunda actividade intelectual, em que começou a redigir Economia e Sociedade, em que publicou importantes ensaios metodológicos e redigiu volumosas obras sobre as religiões mundiais.

A partir de 1916 desenvolve esforços no sentido da preparação do pós-guerra. Como membro do Comité para a Europa Central do pastor Naumann, faz deslocações a Viena e Budapeste, na procura da criação de um mercado central europeu. Preconiza a parlamentarização do regime, a reforma eleitoral, exige a abdicação do Kaiser, mas opõe-se à “paz a qualquer preço”. Aceita participar na elaboração da Constituição de Weimar, adere ao Partido Democrático Alemão, mas recusando convites tanto para o governo, como para o parlamento e para a diplomacia. Em 1919 pronuncia-se contra a dívida de guerra e contra o Tratado de Versailles.

Regressou ao ensino na Universidade de Munique (1918), onde dá um curso de História Económica Geral (publicado postumamente) e onde profere duas importantes conferências sobre O político como vocação e a Ciência como vocação.

Morre em 1920, com algumas obras por publicar.

Citações
"A história ensina-nos que o homem não teria alcançado o possível se, muitas vezes, não tivesse tentado o impossível."

Principais obras
- Contribuição para a história das organizações comerciais medievais (1889);
- História agrária romana e seu significado para o direito público e privado (1891);
- O Estado Nacional e a Economia Política (lição inaugural da Universidade de Friburgo)(1895);
- A objectividade do conhecimento nas ciências e na política sociais (1904);
- Estudos críticos para servir à lógica das ciências da cultura (1906);
- Ensaio sobre algumas categorias da sociologia compreensiva (1912);
- A ética económica das religiões universais (1915);
- O induismo e o budismo (1916);
- O judaísmo antigo (1917);
- Parlamento e Governo no novo ordenamento da Alemanha (1917);
- O político e o cientista (1918);
- Ensaio sobre a neutralidade axiológica nas ciências sociais e económicas (1918);
- História económica geral (1924);
- Economia e Sociedade (1919-1922).

Referências
CRUZ, M. Braga, (2001:581-582), Teorias Sociológicas – Os Fundadores e os Clássicos (Antologia de Textos), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
GIDDENS, Anthony, (2000:29), Sociologia, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/max-weber

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